Campanha estará voltada às indústrias do Perini Business Park, em Santa Catarina. Além de conscientizar a comunidade para a destinação das embalagens para reciclagem, vai oferecer postos de coleta

Projeto de reciclagem de EPS é lançado no maior parque industrial multissetorial da América Latina
Projeto prevê a reciclagem de embalagens de EPS, principalmente alimentícias (Foto: divulgação/ Grupo Isorecort)

Informar e conscientizar empresas sobre a destinação correta do EPS para a reciclagem é o objetivo do projeto “Isopor Amigo” (@isoporamigo), pré-lançado em 31 de janeiro passado, em Santa Catarina. A iniciativa da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) é executada pela Odnum Design & Engenharia e apoiada por diversas empresas do setor do plástico. O Grupo Isorecort, que é um dos maiores tranformadores de poliestireno expandido (EPS) do Brasil, participa da campanha.

“A ação consiste em um projeto piloto de ambições exploratórias, que será executado durante 90 dias junto às indústrias e comunidade do Perini Business Park, localizado em Joinville (SC). Trata-se do maior parque industrial multissetorial da América Latina, que concentra cerca de 2% do PIB catarinense”, explica a engenheira ambiental doutora em Ciência e Engenharia de Materiais, Fernanda do Nascimento Stafford, que é professora adjunta na Universidade da Região de Joinville (Univille) e sócia na Odnum Design & Engenharia.

A ação consiste em um projeto piloto de ambições exploratórias, que será executado durante 90 dias junto às indústrias e comunidade do Perini Business Park, localizado em Joinville (SC), Fernanda do Nascimento Stafford

O projeto prevê a reciclagem de embalagens de EPS, principalmente alimentícias, que é o XPS – uma espécie de ‘primo’ do poliestireno expandido. “São produtos que estão no dia a dia das pessoas, que o conhecem como isopor, a exemplo do copinho de café ou das bandejas de alimentos”, lembra Rodrigo Rezende, gerente Administrativo do Grupo Isorecort. O material faz parte da cadeia do poliestireno expandido, que é, inclusive, reciclado por empresas dentro de seus processos produtivos e que fazem parte do projeto.

A campanha na prática

Suspensa em virtude da Covid-19, a campanha voltada às indústrias está estruturada em comunicação e marketing. “Serão disponibilizados, no Parque Industrial, quatro pontos de entrega voluntária de EPS, em locais de grande circulação de pessoas. As empresas do parque industrial que se cadastrarem receberão coletores menores, de 100 litros”, explica a engenheira.

Desta forma, as mais de 10 mil pessoas que transitam diariamente no local poderão destinar bandejas, boxes e marmitas derivadas do EPS, que serão coletados e verificados. Serão analisadas a qualidade das embalagens, como a ausência de sujeira e restos de alimentos, e a quantidade de material recebido. Esse volume será destinado para a indústria de transformação e o valor arrecadado, revertido para uma instituição beneficente de Joinville (SC).

“Se os resultados do projeto forem promissores, isto é, demonstrarem que a população colabora com a logística reversa desse material, o projeto poderá ser expandido para cooperativas e demais atores da reciclagem, fazendo com que a cadeia da economia circular funcione, gerando preservação ambiental, emprego e renda”, informa Fernanda do Nascimento Stafford.

Grupo Isorecort participa da campanha

Rodrigo Rezende destaca que as ações em favor da reciclagem do poliestireno expandido (EPS) fazem parte do DNA da empresa. “Participar do projeto ‘Isopor Amigo’ é colocar em prática nossa vivência de estímulo à reciclagem, como já fazemos como membros e, também, como parte de comissões de associações como a Plastivida e a Green Building Council Brasil (GBC)”, diz.

Participar do projeto ‘Isopor Amigo’ é colocar em prática nossa vivência de estímulo à reciclagem, como já fazemos como membros e, também, como parte de comissões de associações como a Plastivida e a Green Building Council Brasil, Rodrigo Rezende

O projeto, a seu ver, é um laboratório, que será bem explorado e com boa visibilidade também por órgãos públicos. “Ao conscientizarmos as indústrias que operam no parque Perini, vamos conseguir mostrar que o problema não é o plástico, não é o EPS, mas a falta de informação. Se antes a reciclagem era zero, com três meses do de projeto certamente alcançaremos índices importantes em volume de produtos reciclados, e ficará cada vez mais evidente que, se a sociedade for bem instruída, dará o descarte correto ao material”, comenta. A expectativa é de que ao final do projeto o setor fabricante possa ter conteúdo para se reunir com os órgãos governamentais e comprovar que o problema é a falta de políticas públicas voltadas à reciclagem.

Rezende relata que já solicitou ao Poder Legislativo de Ribeirão Pires, município sede da empresa, a criação de lei visando o estabelecimento de meios de reciclagem do EPS. “E, que autorize empresas, como o Grupo Isorecort, a instalar na cidade pontos de coleta do material para reciclagem, o que hoje infelizmente é proibido”, conta.